ORIGENS E POVOAMENTO DE PONTA DA SERRA
Por: Antonio Correia Lima
Cabe-me, no momento, em poucas linhas traçar um esboço histórico do nosso lugar e da nossa gente. Para tanto, apeguei-me a algumas fontes escritas e outras orais. Visando uma melhor compreensão, achei por bem dividi-lo em três momentos distintos: primeiro, falaremos de uma Ponta da Serra como sítio, segundo, como povoação e, terceiro, como distrito.
PONTA DA SERRA COMO SÍTIO
Segundo o historiador caririense Joaryvar Macedo, em “Povoamento e povoadores do Cariri cearense” JOSÉ GOMES DE MOURA, foi o primeiro donatário de uma Sesmaria na “Ribeira do Carás”, datada de 30 de outubro de 1716 e que residia no sítio Boqueirão. E pelos serviços prestados pelo português JOSÉ PEREIRA LIMA AÇO, lhe concedera um porção de terras no lugar denominado Corrente Grande (pertencente, hoje, ao Distrito de Santa Fé), onde construiu sua residência. Joaryvar também afirma que o citado português era dono do Sítio Ponta da Serra e era casado com a sergipana APOLÔNIA CORREIA DE OLIVEIRA e que deste casal promanam Os Ferreira Limaverde, os Ferreira Pinto Callou, Os Sucupira, Os Romão Batista( do Pe. Cícero) e outros. De mão destas informações, chegamos à conclusão do quão é remoto o topônimo Ponta da Serra, o que vem justificar os insucessos de algumas tentativas de mudança deste nome atribuído ao nosso lugar.
Da era colonial, passemos agora para o Brasil independente, mais precisamente, aos idos de 1850, quando da aquisição do Sítio ou Fazenda Ponta da Serra pelo major EUFRÁSIO ALVES DE BRITO, de Várzea Alegre. Passam-se alguns anos, e o proprietário resolve trazer um dos seus vaqueiros, um rapaz muito jovem, porém, muito responsável, disposto e trabalhador, chamado JOSÉ BERNARDO VIEIRA. Juntamente com o vaqueiro vem também o sr. RAIMUNDO PEREIRA DA SILVA, conhecido por RAIMUNDO VERMELHO, seu parente e futuro sogro. A estas alturas o jovem vaqueiro e seus parentes já haviam preparado a moradia que por sinal foi edificada na localidade que hoje chamamos de Barreirinho, recebendo esta denominação pela existência de um barreiro de onde foi retirado o barro para tapagem da dita casa. Logo em seguida, na localidade chamada de Juá de Baixo, nos arredores deste lugar que viria no futuro a se transformar em povoado, uma outra família se instala. Trata-se do Sr. JOÃO PAULINO CORREIA casado com VICÊNCIA MARIA DA CONCEIÇÃO OU VICÊNCIA MARIA DE LIMA mais conhecida por YAYÁ, oriundos do Sítio Fábrica, de propriedade dos Limaverde, descendentes do citado português JOSÉ PEREIRA LIMA AÇO. JOÃO CORREIA, adquirindo esta propriedade, se transfere,trazendo também o seu pai, viúvo e com alguns filhos. Aqui o velho se casa pela segunda vez a e constitui uma segunda família. Destes, promanam OS CORREIA LIMA do JUÁ.
Voltando ao vaqueiro JOSÉ BERNARDO, devemos dizer que ele se casa com Maria Felicia, filha do RAIMUNDO VERMELHO, com quem vem a ter 10 filhos. A cada dia que passa solidifica ainda mais a confiança do patrão ao humilde vaqueiro a ponto do mesmo passar a ser rendeiro destas terras e, depois, ganhar do Major EUFRASIO uma tarefa de terra para construir a sua residência e uma casinha de Oração para o seu santo de devoção, SÃO JOSÉ. Chega o ano de l895 e o vaqueiro tem aprontado a sua casa e a do seu santo. No dia 25 de dezembro deste mesmo ano o Padre, depois Mons. ANTONIO ALEXANDRINO DE ALENCAR , Vigário de Crato, nesta época, celebra a santa missa dando por inaugurada a CASA DE ORAÇÃO e o sonho do vaqueiro JOSÉ BERNARDO VIEIRA é concretizado, dando assim por criado o NÚCLEO PRIMITIVO DE PONTA DA SERRA.
Fonte: Blog da Ponta da Serra