Arquivo para janeiro \31\-03:00 2008

31
jan
08

Crato – Minha Aldeia, Meu Tejo – ( Ou parodiando Fernando Pessoa )


O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.

Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.

O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.

Alberto Caeiro

31
jan
08

Banda Nightlife e Antonio Sávio se apresentam no SESC – Crato – Hoje – Quinta-Feira


Quinta, dia 31 de janeiro, a partir das 19h30min, no SESC Crato.
Entrada Franca.
+ informações
SESC Crato – fone: 3523.4444
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31
jan
08

Centros Culturais Banco do Nordeste realizam em conjunto a quinta edição do programa Rock-Cordel

Centros Culturais Banco do Nordeste realizam em conjunto a quinta edição do programa Rock-Cordel

FORTALEZA, 01.02.2007 – Os Centros Culturais Banco do Nordeste-Fortaleza, Cariri, localizado em Juazeiro do Norte (CE), e Sousa, situado no alto sertão paraibano, realizam em conjunto a quinta edição do programa Rock-Cordel, nos próximos dias 7 (quinta-feira), em Fortaleza, 8 (sexta-feira, no Cariri) e 20 (quarta-feira, Sousa/PB).

Ao todo, a programação gratuita contará com oito shows de bandas cearenses e paraibanas, a saber: Bolacha Preta (14h), Vinila (15h), Dead Leaves (16h), Red Run (17h), October Leaves (18h) e Cárie Profunda (19h), no Centro Cultural BNB-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – Centro – fone: (85) 3464.3108), na próxima quinta-feira, 7; a cantora e compositora Fatinha Gomes, no CCBNB-Cariri (rua São Pedro, 337 – Centro – fone: (88) 3512.2855), em Juazeiro do Norte, na sexta-feira, 8, às 19h; e a banda Subgrave, no CCBNB-Sousa (rua Cel. José Gomes de Sá, 7 – Centro – fone: (83) 3522.2980), no dia 20 (quarta-feira), às 20h. A programação nas três cidades também abrange a exibição de DVDs musicais e videoclipes.

O objetivo do programa Rock-Cordel é difundir a produção independente de artistas ligados ao movimento alternativo do Rock, através da participação ao vivo de grupos e músicos do gênero, além de lançamentos de livros, CDs, videoclipes e DVDs e debates sobre as mais diversas manifestações da cultura juvenil contemporânea, tendo na música o eixo central. Gratuito ao público, o Rock-Cordel é fruto de uma parceria do Banco do Nordeste com a Associação Cultural Cearense de Rock (ACR).


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31
jan
08

Kucinski: o preconceito contra Lula no jornalismo brasileiro !


Kucinski: o preconceito contra Lula no jornalismo brasileiro

“Virou moda dizer que “Lula não entende das coisas”. Ou “confundiu isso com aquilo”. É a linguagem do preconceito, adotada até mesmo por jornalistas ilustres e escritores consagrados.”
Por Bernardo Kucinski, na Revista do Brasil

Um dia encontrei Lula, ainda no Instituto Cidadania, empolgado por um livro de Câmara Cascudo sobre os hábitos alimentares dos nordestinos. Lula saboreava cada prato mencionado, cada fruta, cada ingrediente. Lembrei-me desse episódio ao ler a coluna recente do João Ubaldo Ribeiro, “De caju em caju”, em que ele goza o presidente por falar do caju, “sem conhecer bem o caju.” Dias antes, Lula havia feito um elogio apaixonado ao caju, no lançamento do Projeto Caju, que procura valorizar o uso da fruta na dieta do brasileiro.

“É uma pena que o presidente Lula não seja nordestino, portanto não conheça bem a farta presença sociocultural do caju naquela remota região do país…”, escreveu João Ubaldo. Alegou que Lula não era nordestino porque tinha vindo ainda pequeno para São Paulo. E em seguida esparramou-se em citações sobre o caju, para mostrar sua própria erudição. Estou falando de João Ubaldo porque, além de escritor notável, ele já foi um grande jornalista.

Outro jornalista ilustre, o querido Mino Carta, escreveu que Lula “confunde ” parlamentarismo com presidencialismo. .”Seria bom”, disse Mino, “que alguém se dispusesse a explicar ao nosso presidente que no parlamentarismo o partido vencedor das eleições assume a chefia do governo por meio de seu líder…” Essa do Mino me fez lembrar outra ocasião, no Instituto Cidadania, em que Lula defendeu o parlamentarismo. Parlamentarista convicto, Lula diz que partidos são os instrumentos principais de ação política numa democracia.

Pelo mesmo motivo Lula é a favor da lista partidária única e da tese de que o mandato pertence ao partido. Em outubro de 2001, o Instituto Cidadania iniciou uma série de seminários para o Projeto Reforma Política, que Lula fazia questão de assistir do começo ao fim.Desses seminários resultou o livro de 18 ensaios, Reforma Política e Cidadania, organizado por Maria Victória Benevides e Fábio Kerche e prefaciados por Lula.

Se pessoas com a formação de um Mino Carta ou João Ubaldo sucumbiram à linguagem do preconceito, temos mais é que perdoar as dezenas de jornalistas de menos prestígio que também dizem o tempo todo que “Lula não sabe nada disso, nada daquilo”. Acabou virando o que em teoria do jornalismo chamamos de “clichê”. É muito mais fácil escrever usando um clichê porque ele sintetiza idéias com a quais o leitor já está familiarizado, de tanto que foi repetido.

O clichê estabelece de imediato uma identidade entre o que o jornalista quer dizer e o que o leitor quer compreender. Por isso, o clichê do preconceito “Lula não entende” realimenta o próprio preconceito. Alguns jornalistas sabem que Lula não é nem um pouco ignorante mas propagam essa tese por malandragem política. Nesse caso, pode-se dizer que é uma postura contrária à ética jornalística, mas não que seja preconceituosa. Aproveitam qualquer exclamação ou uso de linguagem figurada de Lula, para dizer que ele é ignorante.

“Por que Lula não se informa antes de falar?”, escreveu Ricardo Noblat, quando Lula disse que o caso da menina presa junto com homens no Pará “parecia coisa de ficção” . Quando Lula disse, até com originalidade, que ainda faltava à política externa brasileira achar “o ponto G”, William Waack escreveu : “Ficou claro que o presidente brasileiro não sabe o que é o ponto G”. .

Outra expressão preconceituosa que pegou é “Lula confunde”. A tal ponto que jornalistas passam a usar essa expressão para fazer seus próprios jogos de palavras. “Lula confunde agitação com trabalho”, escreveu Lúcia Hipólito. Ou usam o confunde para desqualificar uma posição programática do presidente com a qual não concordam. “O presidente confunde choque de gestão com aumento de contratações”, diz José Pastore. Confunde coisa alguma. Os neoliberais querem reduzir o tamanho do Estado, o presidente quer aumentar. Quer contratar mais médicos, professores, biológos para o Ibama. É uma divergência programática.

Carlos Alberto Sardenberg diz que Lula confundiu a Vale com uma estatal. “Trata-a como se fosse a Petrobrás, empresa que segundo o presidente não pode pensar só em lucro, mas em, digamos, ajudar o Brasil”. Esse caso é curioso porque no parágrafo seguinte o próprio Sardenberg pode ser acusado de confundir as coisas, ao reclamar da Petrobrás contratar a construção de petroleiros no país, apesar de custar mais. Não tem confusão nenhuma, assim como Lula também não fez confusão. Lula acha que tanto a Vale quanto a Petrobrás tem que atender interesses nacionais. Sardenberg acha que ambas devem pensar primeiro na remuneração dos acionistas.

A linguagem do preconceito contra Lula sofisticou-se a tal ponto que adquiriu novas dimensões entre elas a de que Lula tem até problemas de aprendizagem ou compreensão da realidade. Ora, justamente por ter tido pouca educação formal, Lula só chegou onde chegou por captar rapidamente novos conhecimentos, além de ter memória de elefante e intuição.

Mas na linguagem do preconceito, “Lula já não consegue mais encadear frases com alguma conseqüência lógica”, como escreveu o Paulo Ghiraldelli , apresentado como filósofo na página de comentários importantes do Estadão. Ou, como escreveu Rolf Kunz, jornalista especializado em economia e também professor de filosofia: “Lula não se conforma com o fato de, mesmo sendo presidente, não entender o que ocorre à sua volta”.

Como nasceu a linguagem do preconceito? As investidas vêm de longe. Mas o predomínio dessa linguagem na crônica política só se deu depois de Lula ser eleito presidente, e a partir de falas de políticos do PSDB e dos que hoje se autodenominam Democratas. “O presidente Lula não sabe o que é pacto federativo”, disse Serra, no ano passado. E continuam a falar: “O presidente Lula não sabe distinguir a ordem das prioridades”, escreveu Gilberto de Mello. “O presidente Lula em cinco anos não aprendeu lições básicas de gestão”, escreveu Everardo Maciel na Gazeta Mercantil.

A tese de que Lula confunde presidencialismo com parlamentarismo foi enunciada primeiro por Rodrigo Maia, logo depois por César Maia, e só então repetido pos jornalistas. Um deles, dias depois dessas falas, escreveu que “só mesmo Lula, que não sabe a diferença entre presidencialismo e parlamentarismo, pode achar que um governante ter a aprovação da maioria é o mesmo que ser uma democracia no seu sentido exato”.

O preconceito é juízo de valor que se faz sem conhecer os fatos. Em geral é fruto de uma generalização ou de um senso comum rebaixado. O preconceito contra Lula tem pelo menos duas raízes: a visão de classe, de que todo operário é ignorante, e a supervalorização do saber erudito, em detrimento de outras formas de saber, tais como o saber popular ou o que advém da experiência ou do exercício da liderança. Também não aceitam a possibilidades das pessoas transitarem por formas diferentes de saber.

A isso tudo se soma o outro preconceito, o de que Lula não trabalha. Todo jornalista que cobre o Palácio do Planalto sabe que é mentira, que Lula trabalha 12 a 14 horas por dia. Mas ele é descrito com freqüência por jornalistas como uma pessoa indolente.

Não atino com o sentido dessa mentira, exceto se o objetivo é difamar uma liderança operária, o que é, convenhamos, uma explicação pobre. Talvez as elites e com elas os jornalistas não consigam aceitar que o presidente, ao estudar um problema com seus ministros, esteja trabalhando, já que ele é “incapaz de entender” o tal problema. Ou achem que, ao representar o Estado ou o país, esteja apenas passeando, porque onde já se viu um operário, além do mais ignorante, representar um país?

Prof. Manuel J.P. Fernandes
Chefe Dpto. Educação
Universidade Regional do Cariri – URCA
Crato/CE – Brasil
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31
jan
08

TEORIA PROPÕE UMA NOVA VISÃO DO CENTRO DA TERRA – Por: João Ludgero

TEORIA PROPÕE UMA NOVA VISÃO DO CENTRO DA TERRA

Há anos que os cientistas sabem que os continentes vagam pela superfície da Terra como icebergs no oceano. Mas o que acontece profundamente abaixo de nossos pés? Uma nova teoria propõe cemitérios de continentes e um ciclo de vida similar ao clima.

Hilmar Schmundt

Ele dispensa o ritual de encontro japonês. Cartões apresentados com as duas mãos, reverência, chá -não há tempo para tais formalidades. Afinal, tem que explicar a história do planeta, quase cinco bilhões de anos, em apenas uma hora.

“Oi, sou Shige”, diz o pesquisador, acenando com as mãos no ar. Depois, entra em seu escritório no campus do Instituto de Tecnologia de Tóquio, lotado, com pilhas de papel, botas de caminhada, cartazes, amostras de rochas e um sofá com um saco de dormir. Shige é um entusiasta sem rédeas, pioneiro e matemático brilhante.

Seu nome completo é Maruyama Shigenori. No Japão, é costume referir-se ao nome de família primeiro. Maruyama é um colecionador apaixonado que reuniu 160.000 minerais e exibiu-os em um museu. Ele também é um dos principais geofísicos do mundo. Seus artigos acadêmicos estão entre os mais citados no campo, e seus trabalhos são encontrados em muitas bibliotecas de referência em geologia.

Ainda assim, apesar de seu amplo reconhecimento, este pesquisador japonês com 50 e muitos anos provoca controvérsias continuamente no mundo acadêmico, com suas hipóteses ousadas. Atualmente, ele está agitando as coisas com uma nova teoria fascinante sobre o ciclo de vida na crosta terrestre.

Maruyama está basicamente levando as idéias de Alfred Wegener ao próximo nível. Wegener era um explorador e meteorologista alemão que acreditava em 1912 que os continentes vagavam pela superfície da Terra -uma idéia que foi ridicularizada até por seus colegas de pesquisa mais próximos como “delírio” e de “sonho maravilhoso de um grande poeta”. Só nos anos 60 os estudos do fundo do oceano forneceram provas irrefutáveis que o delirante geo-poeta estivera certo o tempo todo.

O interior da Terra mergulhado em mistério

Hoje, toda criança aprende na escola que os continentes são placas enormes à deriva no manto quente da Terra, como icebergs no oceano. Essa hipótese, entretanto, ainda não conta com uma fundação lógica e convincente. Ninguém foi capaz de explicar a mecânica de fato por trás do movimento e quebra das placas continentais.

O interior da Terra continua mergulhado em mistério. Até mesmo a superfície de Marte foi explorada mais extensivamente. Como a perfuração profunda pára depois de um máximo de 12 km, os outros 6.300 km até o centro da Terra continuam inacessíveis. Os pesquisadores acabam fazendo o papel de viajantes de poltrona, que contam uma viagem de Nova York à Patagônia, mas de fato só conhecem o caminho até Nova Jersey.

Ainda assim, Maruyama está convencido que compreende o que acontece abaixo de nossos pés: “A deriva continental que observamos na superfície da Terra tem sua contraparte no manto terrestre”, explica o professor, gesticulando com os braços para demonstrar o destino dos continentes.

“Placas velhas e frias são empurradas para o manto da Terra nas margens continentais”, explica. “Neste ponto, elas adquirem grande quantidade de ferro. Você pode imaginar algo similar à condensação da água.” Pesadas pelo ferro, as placas afundam cada vez mais na rocha quente e derretida, até que atingem o sepulcro do manto da Terra. Ali, a uma profundidade de 2.900 km, elas finalmente param sua decida e acomodam-se em “cemitérios de placas”. Este é presumivelmente o limite externo do centro da Terra, onde a temperatura é de 4.000 graus Celsius.

Sobem como rolha na água

Cheio de entusiasmo, Maruyama continua: “Mas os continentes invertidos não simplesmente descansam em seus cemitérios para sempre”. Em vez disso, estão prestes a vivenciar uma súbita ressurreição. O calor e a pressão nas profundidades geram processos químicos que levam as placas a depositar sua carga de elementos pesados. Uma vez liberadas desse peso, tornam-se mais leves que seu entorno, levando-as a subir como rolhas na água. Resultado: acima dos túmulos das placas, no assoalho do manto derretido da Terra, um cogumelo de magma anormalmente quente chamado de pluma do manto progride para a superfície.
Eventualmente, o fluxo ascendente de rocha derretida atinge a crosta cristalizada e corta-a como uma solda. Os vulcões se formam, como os da Big Island no Havaí. Maruyama diz que a lava quente vermelha da ilha vulcânica vem diretamente de um cemitério de placa velha a 2.900 km abaixo da superfície, onde os restos de um antigo continente que se quebrou há 750 milhões de anos volta a superfície. Sua teoria postula a incrível história de retorno da rocha antiga das profundezas.

De acordo com Maruyama, o principal fator para a química do interior da Terra é o mesmo que determina o clima na superfície: água. As placas que afundam têm água do mar antiga presa em sua estrutura mineral -somente poucas partes por milhão, mas o suficiente para drasticamente modificar as características da rocha.

Mesmo quantidades minúsculas de água no antigo assoalho do oceano podem diminuir significativamente seu ponto de derretimento -e isso acelera seu eventual retorno à superfície. A água ajuda a rocha a perder sua carga de ferro pesado, aumentando sua capacidade de boiar.
Nada diferente do clima

Maruyama compara o ciclo de vida das placas com a circulação de água, que evapora, forma nuvens e volta a chover na terra. “Os pisos oceânicos correspondem mais ou menos às nuvens”, diz ele, “e os cemitérios de placas nas profundezas são como corpos de água que são alimentados pela chuva. É aí que o magma sobe para formar novas nuvens novamente.”
O geofísico então pinta um retrato tridimensional do planeta Terra em que, além dos continentes vagando na superfície, há espaço para uma “tectônica anti-placa” na base do manto terrestre. Uma “anti-crosta” profunda abaixo reflete em certo grau eventos na superfície, com “lagos” e “montanhas” e “rios” de rocha viscosa derretida.

Tais teorias podem fundamentalmente mudar nossa compreensão da Terra. “Uma série de livros escolares logo terá que ser revisada ou ao menos suplementada”, diz Ulrich Hansen, do Instituto de Geofísica de Münster, Alemanha. “Até agora, o movimento das placas continentais tem sido geralmente descrito como um fenômeno de duas dimensões, mas hoje os especialistas concordam que é alimentado por movimentos de convecção tridimensionais profundos abaixo da superfície.”

O grupo de pesquisa de Hansen está tentando testar teorias como a de Maruyama em supercomputadores. Os programas demoram até um quarto de ano para cuspirem os resultados. “Maruyama tem duas vantagens chave em sua localização”, diz Hansen. “A primeira, o Japão tem os supercomputadores mais rápidos do mundo. Além disso, há um número incrivelmente grande de terremotos e estações de monitoração de terremotos.”
Os terremotos e o poder de computação são os principais requerimentos para os pesquisadores que tentam juntar as peças para obter uma imagem de raio-X do interior da Terra. O princípio é simples: em um terremoto, as ondas sísmicas correm pelo manto da Terra. Leva um quarto de hora para a onda de choque viajar da Indonésia até a Alemanha. A duração dessa viagem revela muita coisa aos pesquisadores. As ondas ficam mais lentas em regiões quentes e viscosas, como as plumas do manto, e aceleram-se em objetos sólidos ou frios.
Forças da natureza -como o terremoto que atingiu Kobe em 1995 e matou quase 5.100 japoneses- são a principal fonte de dados de Maruyama. A nação-ilha fica em cima do cruzamento do Pacifico Ocidental de três enormes placas que se chocam como carros em um acidente na estrada: as placas tectônicas do Pacifico, Austrália e Eurásia. Sob seus pés, ele assume que há um enorme cemitério de placas com os restos do piso do Oceano Pacífico.
“Novas formas de vida”

Muitos detalhes dos cemitérios de placas continuam controversos. Qual a viscosidade da rocha? Quais reações químicas são possíveis? Essas perguntas são particularmente difíceis de resolver devido às temperaturas infernais e à pressão do manto inferior da Terra -condições que não podem ser realisticamente reproduzidas em laboratório.

Enquanto os especialistas estão ocupados debatendo tais questões, Maruyama há muito partiu para outra. Está trabalhando em uma fórmula global para um vasto novo campo de estudo que incluiria dezenas de disciplinas colaborando para produzir um retrato geral da Terra.
Um novo instituto, chamado Centro da Planetologia da Bio-Terra será inaugurado em 2009, totalmente dedicado a criar um novo conceito de vida no espaço. Terá mais de 200 pesquisadores e um orçamento de mais de US$ 158 milhões (em torno de R$ 300 milhões) por nove anos. E, é claro, Maruyama será o diretor cientifico.

Ele tem metas ambiciosas. Por exemplo, quer descobrir se os continentes vão se fundir novamente em 250 milhões de anos para formar um único super-continente; como meteoritos mudam a composição química da Terra; e qual conexão entre a temperatura do planeta e seu campo magnético. “Isso”, explica Maruyama, “protege as plantas e animais de serem bombardeados com radiação cósmica, o que por sua vez influencia o índice de mutações e o desenvolvimento de novas formas de vida.”

Enquanto conecta os pontos entre a astronomia e as ciências da vida, surge uma imagem ampla que engloba planetas inteiros, que agora parecem super-organismos vivos.

Ele acredita que a expansão do estudo das ciências da vida até o centro de nosso mundo e as profundezas do espaço ajudará a encontrar parentes distantes de nossa própria Terra -planetas que poderão também sustentar a vida.

Ai galera, é bom lembrarmos que os conceitos estão ai para serem questionados, pois até mesmo a geologia é os geofísicos estão abandonando o POSITIVISMO.

Saudações Geográficas!

João Ludgero
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31
jan
08

AS RONDAS DO QUARTEIRÃO, DA EDUCAÇÃO, DA SAÚDE E DA ALIMENTAÇÃO – Por Bernardo Melgaço


O governo itinerante do Estado do Ceará vem discutindo nesses dois últimos dias a ronda do quarteirão aqui no Cariri. Nada contra essa estratégia de segurança que se não resolve de todo a violência pelo menos inibe o seu crescimento e alivia a consciência dos cidadãos que vivem acuados pela ousadia dos bandidos. Mas, acho que essas medidas são e sempre serão paliativas. Vejamos por que. Antes de mais nada, devemos nos perguntar de onde surge ou nasce o impulso para violência humana. Em minha tese de doutorado, apresentada na UFRJ/COPPE, defendi a seguinte tese:

“De um modo geral a cultura técnica-industrial vigente nas sociedades modernas, estimula o ser-criança, desde o seu nascimento, a reconhecer biologicamente seus impulsos emergentes para satisfazê-los sem primeiro realizar uma educação apropriada para um reconhecimento de sua natureza espiritual/existencial. Na ausência dessa educação de reconhecimento e qualificação dos impulsos mais nobres, o ser se desenvolve segundo a predominância dos impulsos envolventes mais instintivos que são aqueles que mais são estimulados pelas necessidades imediatas e pelo medo da sobrevivência. As variações intensas dos impulsos conduzem o ser a uma incerteza da natureza dos impulsos. Assim, o ser gradativamente vai se tornando confuso em si mesmo, ou seja, o ser acaba desconhecendo o que realmente está acontecendo com ele. Essa incerteza tende a crescer na medida que a própria cultura vigente estimula a praticar racional e instintivamente determinados tipos de ações que reforçam os impulsos descontrolados.

…Nesse sentido, os impulsos fisiológicos do corpo se tornam mais fortes e mais constantes exigindo do ser uma atenção concentrada para satisfazê-los. A psique do indivíduo é então estimulada para processar os tipos de ações necessárias para o objetivo fisiológico. A ativação e estimulação da psique torna a psique mais vulnerável às sugestões de novas necessidades biológicas e morais. Forma-se a partir dai um ciclo que tende a se repetir “ad infinitum”. Como conseqüência desse processo surgem ou nascem as carências de alimento, de afeição, de reconhecimento, de ascensão social, etc. Dessa forma, as carências afetivas são tantas que o ser sente o impulso de satisfazê-las através do seu corpo físico e da sua psique. E se o outro ser (no plano social) estiver propício a uma estimulação a relação é confirmada se processando um verdadeiro reforço condicionado de carência nos dois sentidos.

…É nesse universo de impulsos imprevisíveis e dominadores que o ser sai em busca de uma resposta coerente e sensata sobre as suas deficiências e carências acumuladas. Os princípios éticos-ontológicos como a paz, a felicidade, a bondade, a fraternidade, a igualdade, a liberdade, etc., ficam subjacentes e quase que “ocultos” devido a esse conjunto imenso de impulsos fisiológicos e psicológicos desordenados. Inconsciente de si e, portanto, incapaz de reconhecer os seus próprios impulsos existenciais, o ser se depara com a incerteza de si mesmo: não sei quem sou eu!

A natureza externa passa ser o seu objeto de entendimento uma vez que a sua própria natureza existencial/espiritual é invisível em si mesmo. A relação com a natureza externa passa ser uma maneira de ele equacionar os seus impulsos desordenados. Para tanto o ser procura racionalmente prever os “impulsos” (ciclos) da natureza a fim de resolver a sua própria questão de valor existencial. Da mesma forma que é desordenada a relação consigo mesmo é também com a natureza externa. O desequilíbrio interno é reproduzido, portanto, no meio externo através de uma crise de percepção, repercutindo na relação com o seu semelhante e com a natureza externa.

Essa crise de percepção é decorrente do uso de modelos e paradigmas inadequados para uma realidade que vai se revelando lentamente ao homem em seu processo de evolução. E “para descrever esse [novo] mundo apropriadamente, necessitamos de uma perspectiva ecológica que a visão de mundo cartesiana não nos oferece. Precisamos, pois, de um novo “paradigma” – uma nova visão da realidade, uma mudança fundamental em nossos pensamentos, percepções e valores” (CAPRA, Fritjof, Ponto de Mutação, 1989, p.13-14).

Mesmo que o ser explicitamente não reconheça a sua incapacidade de entender a si mesmo, implicitamente ele demonstra o seu desconhecimento e desequilíbrio nas suas ações mais corriqueiras: andando, falando, conversado, “amando”, trabalhando, criando, estudando, ensinando, valorizando, etc. A busca de um entendimento sobre a própria natureza do ser (em si), geralmente é adiada em favor de uma busca fora de si na natureza externa e na figura humana de um outro indivíduo. Essa busca pode ser tanto particularmente empírica quanto sistematicamente coletiva. A essa práxis denomina-se de “ciência”. E “ciência” aqui é qualquer esforço sistematizado ou empírico de compreensão de si e do mundo que cerca o ser.

Em síntese, a insensibilidade do ser em relação a si mesmo, reforça a sua incerteza. E essa incerteza aumenta a probabilidade de erros. E conseqüentemente produz uma enorme imprevisibilidade na relação do ser consigo mesmo (indivíduo/pessoa) e também com a natureza que lhe cerca. As normas sociais indicam uma tentativa de pôr ordem nesses impulsos.

A crise de percepção, fez com que criássemos um imenso conjunto de normas sociais para gerir, controlar e padronizar a sociabilidade humana, mas infelizmente constatamos que esse mesmo conjunto de normas e diretrizes sociais é utilizado para tornar o ser humano cada vez mais anti-social. O reflexo disso é a falta de empatia desse “homem moderno” perante a dor do seu irmão necessitado que sofre ao seu lado. As normas dirigem uma grande parcela da sociedade a se comportar mecanicamente ou robotizadamente na defesa de seus próprios interesses econômicos. E assim, inevitavelmente nos tornamos demasiadamente egoístas e insensíveis. Nos tornamos anti-sociais. As normas ganham vidas e começam a influenciar nossa capacidade de sentir”.

Em síntese, tudo começa numa relação entre a mente e o corpo (num nível ontológico) e também entre a mente e o Espírito (em outro nível ontológico). Então, para se resolver o problema da violência precisamos de uma ciência que consiga penetrar nas dimensões ontológicas de cada ser humano. E isso perpassa obrigatoriamente por uma educação holística que contemple tanto a formação profissional quanto a formação humana em uma base ética tal que coloque o ser novamente na rota do bem e da paz do Espírito. E toda ação coercitiva será em vão porque a natureza humana tem um propósito cósmico de evolução. Somos seres em evolução e não apenas sociais. As normas de cima para baixo apenas regularão o instinto humano mas jamais terão poder para redirecionar a consciência humana para um nível de compreensão e amor ao próximo.

Por tudo isso, recomendo mais três rondas importantes (entre tantas outras): a da educação, a da saúde e a da alimentação. Pois, entendo que o ser humano precisa de um atendimento justo e digno por parte do Estado, principalmente aqueles cidadãos pobres e carentes que vivem excluídos de tudo. Então, por que não se implanta uma biblioteca ambulante (ronda da educação)? Pode-se implantar também uma feirinha ambulante (como se faz ou se fazia no Rio de Janeiro) no interior de um ônibus velho (mais que funcione) parando em pontos estratégicos onde a carência é maior. O mesmo pode ser feito com a saúde: médicos voluntários dariam atendimento gratuito no interior de um ônibus que circularia pelos lugares mais necessitados.

O investimento, portanto, na educação é primordial, pois é transformando a ignorância em sabedoria que a violência se extinguirá de vez. Devemos trocar a prisão do ser pela liberdade da consciência que se conhece e conhece o mundo a sua volta. A verdadeira paz somente acontecerá quando cada um se der conta de que está no meio de um caminho de transformação da consciência em busca de uma unidade cósmica: o Amor Cósmico!

Prof. Bernardo Melgaço da Silva
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31
jan
08

Uma excelente idéia merece ser vista….

Recebi essa foto de uma idéia simplesmente fantástica enviada por Roberta Machado:

Teto pintado na área de fumantes…


Ouça meu conselho:
Pare de Fumar !

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31
jan
08

REFLEXÕES ELEITORAIS

Emerson Monteiro

Vivemos neste outro ano de eleições municipais fortes motivos para exercitar a prudência. Daí as opiniões quanto ao assunto, a algumas braças do território do embate que já acende os olhos do eleitor, cheio dos pedidos de novidade em termos de independência e desacomodação, num universo lotado de corporações sedentas do vil metal, de ganhar sem fazer força o pão da miséria popular.
Vínculos de lideranças com grupos de interesses financeiros evidenciam a herança colonial dos países atrasados e constrangem séculos da história nacional. Comer mole, mastigado, retrata a elite burguesa que aqui chegou nas caravelas e enfiou os pés na lama da imoralidade pública.
Uma freguesia constante organiza os laços de dominar a presa e o povo esquece da importância do voto, no rumo da libertação, instrumento do progresso das gentes. Quando não havia democracia, há coisa de duas décadas, assim justificavam os omissos a ausência de oportunidade na escolha dos dirigentes honestos. Agora, esse argumento caiu de moda. Sem justas definições do voto na seleção dos melhores nomes da comunidade a fim de gerenciar os destinos comuns e o orçamento sacrificado da sociedade, restam poucas chances às gerações de ver tempos felizes.
Nada muda quando ninguém resolve mudar (frase definitiva). A população organizada através dos partidos políticos estrutura o desenvolvimento e a justiça social. Sobram conceitos balizadores do futuro. Todo partido propõe programa impecável e planos miraculosos antes das urnas. Depois, portas restringem os eleitos a caprichos individuais, negociatas particulares, vale-tudo pecaminoso.
Mas reclamar a quem? Aos mesmos eleitores ou às gerações conscientizadas (onde elas moram?)? Quanta lentidão a história mostra a cada tempo. O peso que possuem os valores materiais, em detrimento dos anseios éticos e necessidades coletivas, impõe séria cogitação de mudança. O déficit avassalador que contempla bem mais os tortos exige providências urgentes dos votantes. A educação chega lenta no plano da qualidade humana e superposição de lideranças.
As virtudes sociais dos regimes democráticos reclamam, pois, refinado discernimento em mais esta seleção de prefeitos e vereadores, neste novo ano eleitoral.

31
jan
08

ÁLBUM//CRATO

A CIDADE E O CLIMA
Um tropeiro urbano cruza as ruas, chove bem na cidade de Crato.

No Belmonte, distrito de Crato, denso nevoeiro transforma a paisagem a ponto de esconder a serra do Araripe!

Fotos: Pachelly jamacaru
“Direitos reservados”

31
jan
08

Segurança alimentar reduz pobreza no País

Cariri:

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Na solenidade de entrega do restaurante popular, o ministro recebeu uma imagem do Padre Cícero, presente do prefeito Raimundo Macedo (Foto: Elizângela Santos)

A Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional lançará editais para implantação de novos restaurantes populares no País

Juazeiro do Norte. O ministro de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, esteve ontem, neste município, para entrega oficial do Restaurante Popular e lançamento do Programa Compra Direta, beneficiado 240 produtores da agricultura familiar. O ministro visitou o Banco de Alimentos e destacou o crescimento este ano de programas sociais como o Agente Jovem e o aumento da idade escolar de 15 para 17 anos dos estudantes que integram o programa Bolsa Família.

Os programas sociais do governo vão permanecer, segundo assegurou Patrus Ananias, a exemplo do Bolsa Família. Porém, segundo admitiu, com a retirada da CPMF não haverá condições de expansão de outros programas, como estava previsto na política federal para a área social. Ele destacou que a política alimentar do governo Lula tem sido de fundamental importância para reduzir a pobreza extrema e desigualdade social no País. Segundo disse, atualmente 14 milhões de pessoas no Brasil, conforme as últimas pesquisas, saíram da linha de pobreza e de extrema miséria.

“A avaliação é positiva e as políticas mostram que estamos efetivamente vencendo a luta contra a fome e a desnutrição e assegurando aos brasileiros e brasileiras o direito humano fundamental à alimentação, como primeiro degrau à cidadania”, diz ele.

A coordenação do restaurante popular de Juazeiro avalia como positiva a primeira semana de funcionamento. São mil refeições cedidas ao preço de R$ 1,00, de segunda à sexta-feira. Segundo a coordenadora Pautília Araruna, após três meses é que poderá ser solicitado o aumento no número de refeições. O prefeito de Juazeiro do Norte, Raimundo Macedo, pediu ao ministro esse aumento, além da instalação das cinco cozinhas comunitárias em bairros carentes.

Mesmo com uma romaria iniciando na cidade, a de Nossa Senhora das Candeias, a maioria dos visitantes ainda não sabe da existência do restaurante popular. Com o aumento no número de refeições, a coordenadora informa que será realizado um trabalho de divulgação junto às paróquias, no sentido de também beneficiar o visitante romeiro.

Além de assegurar o direito à comida, o ministro ressalta outras condições da população desfavorecida buscar direitos para melhoria da qualidade de vida como o Bolsa Família, uma renda familiar básica, e políticas de desenvolvimento local e regional, Programa de Distribuição de Alimentos da Agricultura Familiar, conhecido como Programa de Compra Direta, vinculado ao Pronaf.

Em relação ao Bolsa Família, Patrus afirma que o governo federal irá preservar o programa. O Programa de Atenção Integral às Famílias (Paif) seria uma das políticas em expansão, implantada no Brasil com muito êxito. O ministro destacou mais de R$ 47,7 milhões em investimentos do governo nos programas sociais por ano somente em Juazeiro.

A linha de implantação de mais restaurantes populares no Estado e no Brasil está mantida, conforme o ministro. Ele cita os já existentes no Ceará, o de Juazeiro do Norte e Sobral, além de dois que estão sendo implantados em Fortaleza, um no Crato, previsto para ser inaugurado em maio, um em Caucaia e outro Maracanaú.

Serão disponibilizados, brevemente, pela Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional, do Ministério, editais para implantação de novos restaurantes populares e cozinhas comunitárias, Banco de Alimentos e Expansão do Compra Direta e outros programas.

Fonte: http://www.diariodonordeste.com.br
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