O Brasil melhorou 27 posições no ranking da taxa de mortalidade em crianças menores de cinco anos
O Ceará é o Estado brasileiro com maior queda da mortalidade infantil entre 1991 e 2006 (56,7%), de acordo com o “Caderno Brasil’, lançado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), ontem pela manhã em 180 países. O relatório foi divulgado junto com o relatório “Situação Mundial da Infância 2008”, com tema Sobrevivência Infantil, que faz um diagnóstico da primeira infância (até seis anos) em todo o mundo.
Outra boa notícia para o Estado é que, quanto em todo o País o percentual de mães com menos de 15 anos aumenta (por mil nascidos vivos), o Ceará registrou uma queda de 29,1% entre 1994 e 2005, chegando a uma taxa de somente 9% das gravidez, equivalente à média brasileira.
O trabalho realizado no Estado do Ceará para reduzir os sub-registros de nascimento também vem dando certo, conforme o “Caderno Brasil”, que mostra uma diminuição de 61,7% na quantidade de crianças que deixaram de ser registradas, superior à média nacional, de 58,1%.
Mesmo assim, no ano de 2006, 20% das crianças cearenses não foram registradas, o que é um dado ainda é bastante preocupante.
Os números apresentados pelo Unicef, referente ao Ceará são semelhantes aos divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 3 de dezembro último.
O dado que se mostrou alarmante, do “Caderno Brasil” foi referente ao percentual de crianças e adolescentes até 17 anos vivendo em famílias com renda per capta mensal de meio salário mínimo. Aqui no Estado, essa quantidade chega a 73%, média superior a do País (50%) e até a da Região Nordeste (72%).
Além das informações contidas do “Caderno Brasil”, o Ceará foi citado no relatório mundial por conta do trabalho realizado junto à população por agentes comunitários. O Unicef considerou essa ação importante para os resultados na redução da mortalidade infantil.
Brasil
O Brasil melhorou 27 posições no ranking de taxa de mortalidade na infância (crianças menores de cinco anos), saindo da 86ª posição para a 113ª. Em 1990, a cada mil nascidos vivos, 57 morriam até completa o quinto aniversário. Em 2006, eram somente 20 mortes por mil nascidos vivos.
Apesar da melhora registrada, o País foi incluído nos 60 selecionados para serem monitorados e estimulados, com prioridade para a mortalidade infantil, a atingirem os Objetivos do Milênio até 2015.
Isso ocorre, de acordo com a coordenadora do Unicef no Ceará, Tati Andrade, porque a população do Brasil é muito grande ( 180 milhões) e foram levados em consideração os números absolutos.
Além disso, ainda há grandes disparidades entre negros, brancos, índios, ricos e pobres nas melhorias registradas. A Região onde a criança se encontra também modifica bastante os índices.
Tati destaca que, conforme o relatório, as crianças brasileiras pobres menores que um ano têm mais que o dobro de chance de morrer que as ricas. A taxa de mortalidade de filhos de mães negras é cerca de 40% maior que as filhos de brancas. Entre os indígenas, a taxa chega a é 48,5 mortes por mil nascidos vivos, duas vezes maior que a das crianças brancas.
A qualidade do pré-natal é mais uma preocupação. Os números mostram que o grande desafio do País é reduzir a mortalidade nas primeiras semanas de vida, pois 51% das mortes ocorrem na primeira semana e 66% antes de um mês.
Renata Benevides
Repórter